"'Vulnus', do latim, significa ferida, mas também uma ofensa capaz de desestabilizar princípios ou normas. Por isso podemos pensar em corpos feridos, mas também em corpos que estão sempre à beira do colapso, instáveis, desassossegados, interrompidos,fragmentados: sempre à procura de espelhos onde se refletir, mas sempre, também, encontrando-os despedaçados. O corpo vulnerado é o corpo de quem já nasceu sendo arrastado e arrastando exílios.""Com essas menções, quero trazer para o presente do corpo as memórias de outros tempos e fundi-las com as destes: memórias minhas, alheias, apreendidas, roubadas ou inventadas... Memórias que estão marcadas no corpo como cicatrizes abertas. Feridas que muitas vezes não recebemos, mas que, de alguma maneira, nos lastimam. Nossos corpos ao Sul sabem disso e, mesmo que muitos o esqueçam ou o neguem, a carne e o sangue lembram."