Apesar da intimidade ser o que temos de mais interior em nós - como um centro a partir do qual irradia todo o restante -, ela é também nosso elemento mais elevadamente relacional. Isso é assim porque, saindo de si mesma ao realizar o seu êxtase, a intimidade se fortalece, pois compartilha e se relaciona criativamente. E esse êxtase da intimidade é, originariamente, o amor.Efetivamente, a intimidade se faz, não vem feita. Forma-se no curso da vida, e podemos inclusive contribuir para formá-la no outro. De fato, imensas possibilidades de afeto e de ternura íntimas ficariam inéditas em nós se o outro não viesse despertá-las.Em O êxtase da intimidade, Juan Cruz Cruz se aprofunda nas teses de São Tomás de Aquino a respeito do amor humano, mostrando que, além de eminente teólogo, o Doutor Angélico era também - como todos os santos - uma preclara autoridade na prática do Mandamento Novo.