Em O império universal e seus antípodas, o professor Marcos Del Roio traz um panorama abrangente sobre a história moderna percorrendo a formação, o desenvolvimento, a transformação e o declínio de impérios e sistemas mundiais, apresentando o Ocidente ao longo de centenas de anos e sua contraposição ao Oriente. O autor mostra como nasceu e se consolidou a ideia de um Oriente negativo, inferior e desprovido de identidade, pronto para ser conquistado e salvo pelo Ocidente. Mesclando história, política, filosofia, economia e religião, Del Roio traz amplo conhecimento da história moderna: "Não se trata de mais uma obra sobre o Oriente imaginário, mas sim da análise do papel da negação e subalternização do outro na construção da identidade do Ocidente e do projeto do império universal, processo no qual a representação política do Oriente é um dos aspectos mais importantes", diz no prefácio. Com erudição e comprometimento com pesquisa e fatos históricos, surge um retrato fidedigno dos últimos mil anos de poder e imperialismo no mundo: "Através de uma escrita cristalina, Marcos vai nos mostrando como, a partir do ano 1000, a Igreja e o Estado no Ocidente foram afirmando seus poderes, ao preço de criarem e solidificarem a imagem de um Oriente atrasado e inimigo - espécie de eterno aleijão político, econômico e cultural - e um próprio Ocidente interno subalternizado, feito de trabalhadoras, trabalhadores e insubmissos de toda cepa", escreve o historiador Iuri Cavlak no texto de orelha. Trecho "O Oriente constitui a representação do outro por excelência do Ocidente, seu verdadeiro antípoda, seu complemento perverso, tido por inferior, desprezível, frequentemente perigoso, às vezes objeto de desejo, que oferece o risco de irromper no cerne do próprio Ocidente, conectando-se com o outro interno de características análogas. Assim é que negação e subalternização do Oriente, por meio de sua ocidentalização, é pressuposto mesmo da realização do império universal."