Em O impossível é apenas o começo, Silvano Raia narra sua trajetória como pioneiro da cirurgia do fígado no Brasil. Da formação com Edmundo Vasconcelos à criação da Unidade de Fígado do Hospital das Clínicas da USP, realizou dois marcos históricos: em 1985, o primeiro transplante de fígado com doador falecido na América Latina, e, em 1988, o primeiro transplante intervivos desse órgão da literatura médica.Segundo a Global Observatory on Donation and Transplantation, apenas entre os anos 2000 e 2024, mais de 105 mil pacientes foram salvos por essa técnica, especialmente em países onde restrições religiosas vetam transplantes com doadores falecidos por morte cerebral. Aos 95 anos, Silvano Raia se dedica ao desenvolvimento do xenotransplante no Brasil, com o objetivo de eliminar as listas de espera para transplante.A obra também revela o homem por trás do médico, com relatos afetivos sobre infância, música, paixões, casamentos, filhas e netos. Um testemunho de visão, coragem e humanidade de quem prova que o impossível pode, sim, ser apenas o começo.