O Mosteiro de Maria Laach, Alemanha, procurou actuar de acordo com as instâncias do Movimento Litúrgico, dedicando-se à formação dos professores, do clero e dos universitários. Grandes figuras como Odo Casel, OSB (1886-1948) e Romano Guardini (1885-1968) ajudaram a renovar o conceito de Liturgia.Dos chamados "teóricos da teologia da liturgia", assume um especial destaque O. Casel, a partir do seu livro o mistério do culto cristão, a sua obra mais conhecida e escrita em 1932. O. Casel nasceu em1886 em Koblenz-Lützel na Alemanha. Foi monge beneditino no famoso mosteiro de Maria Laach. Morreu a 28 de Março de 1948, na Vigília Pascal ao cantar o "Exultet". O abade do mosteiro ao comunicar a notícia da sua morte apresentou-o como «o cultor eo mistagogo do sagrado mistério».Casel foi, não só um estudioso, mas sobretudo o cultivador, mistagogo e teólogo do mistério de Cristo, abrindo novos horizontes com o seu pensamento e linguagem, na compreensão da Liturgia, revelando-se um precursordo evento do II Concílio Ecuménico do Vaticano.O livro apresenta duas partes. A primeira - o mistério do culto cristão, repartida em 5 capítulos: 1) o retorno ao mistério; 2) o lugar do mistério do culto no cristianismo; 3) mistérios antigos e mistérios cristãos; 4) ano litúrgico; 5) o dia litúrgico. A segunda parte, sobre a plenitude do mistério de Cristo, contém a recolha de alguns dos seus manuscritos sobre: 1) a essência do mistério; 2) a Igreja como comunidade mistérica.O volume em análise é enriquecido com um prefácio de Salvatore Marsili, OSB, e com a introdução e notas de Burkhard Neunheuser, OSB. Casel parte do facto de que a Liturgia cristã é denominada constantemente por mistério, descobrindo que os componentes essenciais dotermo técnico-cultual são: 1) a existência de um evento primordial de salvação; 2) este evento tornou-se presente num rito; 3) o homem de todos os tempos, através do rito, realiza a sua universal história da salvação.Por isso, define a Liturgia como a acção ritual da obra salvífica de Cristo, ou seja, presença sob o véu de símbolos da obra divina da redenção. A Liturgia acontece, portanto, como o mistério cultual de Cristo e da Igreja.Ao longo do seu discurso teológico sobre o mistério, Casel tenta também uma definição do mesmo: «o mistério é uma acção sagrada de carácter cultual, na qual um acto salvífico realizado por um deus se torna actualidade sob a forma de rito; ao realizar o rito, a comunidade cultual toma parte no acto salvífi