Em Os bons anos do juiz Bandelo, vemos a ascensão meteórica de um herói nacional, e à direita - do todo-poderoso Líder Galamito -, duas almas predestinadas a salvar o Braxil. Essa sombria aliança, resultado da mistura entre a política, a justiça eo Estado de exceção, receita perigosa e mortal, marca Os bons anos. O Sr. Bandelo, quando juiz, julgou a Jararaca, tirando-a das eleições; irrefreável, sagra-se herói e, alçado às estrelas, torna-se Sinistro da Justiça como prêmio pelos seus feitos.E é Feldspático Gaspar, funcionário fantasma do governo, quem nos apresenta esse país irreal por meio de uma mal disfarçada apologia que, no íntimo, nos revela a crítica, a ironia desse enredo. Ao contar a história do juiz, aliás, não nos engana, apenas a si mesmo. Em sua curiosa pátria incorruptível, o autor nos oferece um indecoroso duplo do Brasil. Surreal e expressivo, nas raias do insólito, Os bons anos do juiz é um libelo indispensável para se compreender todo o fundamento da arbitrariedade desta era "galamítica", destes tempos "bandélicos", e a crise da jovem democracia braxileira.