O livro traz reflexões sobre a realidade do Ensino Superior no Brasil, discutindo desafios do cotidiano universitário. Em especial, a preocupação com os processos de medicalização e patologização da educação, que têm ganhado cada vez mais espaço nas universidades, afetando profundamente o seu funcionamento desde os processos burocráticos até a prática em sala de aula, passando pela maneira como a comunidade universitária convive e se relaciona. Afetam, ainda, a vida e o desenvolvimento dos estudantes, particularmente aqueles que não se enquadram nos padrões acadêmicos e sociais estabelecidos. Os diagnósticos de transtornos de aprendizagem e de saúde mental têm sido usados não só para categorizar e excluir, mas também para justificar intervenções normativas que, ao invés de promoverem inclusão, tendem a marginalizar ainda mais aqueles que já estão em situação de vulnerabilidade. Além disso, têm cada vez mais marcado o processo educativo nas universidades, numa expansão da discussão patologizante das questões do cotidiano acadêmico em detrimento da discussão educacional e da realização das transformações necessárias no sentido de uma universidade realmente democrática, socialmente referenciada e acolhedora da diversidade do desenvolvimento humano. Esta obra, assim, é um convite à reflexão sobre a função social das universidades e seu papel na formação ampla de sujeitos críticos e comprometidos com a melhoria das condições de vida da população brasileira, e não apenas de indivíduos ajustados a um modelo normativo e idealizado.