A memória implica assumir que o passado nem se conserva, nem ressurge de maneira idêntica. A memória é um processo de reelaboração permanente do passado no presente (Nora, 1984; Pollak, 1989; Halbwachs, 2004; Bresciani e Naxara, 2004) e possui a propriedade de conservar certas informações e apagar outras, em processos renovados; e simultaneamente individual e psicológica, se liga à vida social e, necessariamente, se espacializa (Le Goff, 2003). É nesta perspectiva que o patrimônio histórico comobem cultural é suporte de memória e elemento central de reflexão sobre a cidade, e o faz a partir da mobilização de diversos saberes. O Núcleo de Apoio a Pesquisa São Paulo: cidade, espaço, memória promoveu em agosto de 2013 a Conferência Internacional Patrimônio cultural, memória e intervenções urbanas, em que especialistas de vários países trouxeram experiências e reflexões no âmbito internacional que entrecruzam as temáticas do patrimônio, da memória e da construção do tecido urbano. Umdos resultados da Conferência é o livro que aqui se apresenta, que reúne artigos dos participantes internacionais do encontro. No caso brasileiro, desde a década de 1930 a predominância nos debates na temática do patrimônio vem recaindo sobre o instrumento do tombamento e suas implicâncias. Os artigos apresentados neste livro mostram problematizações do patrimônio e da memória nas cidades em diferentes perspectivas, trazidos pelos autores estrangeiros que participaram do encontro.