"Descolonizar as pedagogias implica em denunciar seus dispositivos paradoxais, autoritários, disciplinares, sujeitadores, de modo a mobilizar processos e práticas de resistência nos diferentes contextos socioculturais. Já decolonizar significa potencializar as lutas que cultivam reexistencias de sujeitos, povos, culturas, saberes, práticas, instituições ancestrais que proporcionam viver em plenitude. A opção decolonial em educação implica criticidade e militância intercultural, antirracista, antissexista, anti-homofóbica e contra todas as formas moderno-coloniais de exploração e opressão. As pedagogias decoloniais, muito além operações didáticas tradicionais, são tecidas de modo complexo por diferentes sujeitos socioculturais, mediante ações de luta, formulação de ideias e estratégias, realização de propósitos coletivos radicados nos princípios ancestrais do Bem Viver [...] A leitura desta preciosa obra suscita o sentimento de gratidão infinita às coautoras e aos coautores, pela contribuição singular no campo acadêmico para as lutas decoloniais. Os estudos aqui compartilhados promovem serpentinamente a decolonialização dos territórios acadêmicos e científicos, em sintonia com as estratégias de lutas por resistência e reexistencia de movimentos populares de raízes ancestrais - como os povos amazônidas, indígenas, quilombolas, ribeirinhos. Nesta vibração, certamente você, leitora, leitor, poderá alimentar laços de companheirismo e mesmo de parentesco em diferentes frentes de lutas por viver, conviver e gerar vida em plenitude." Reinaldo Matias Fleuri