Até meados do século XIX a cidade de Florianópolis era conhecida como Vila ou Ilha do Desterro, tomando-se por base uma igreja construída no local em homenagem a Nossa Senhora do Desterro. Informalmente, muitos habitantes seguem utilizando o nome Ilha do Desterro para designar a cidade; por isso decidimos incluí-lo no título do livro, para situar as pesquisas no campo da Pedagogia das Artes Cênicas que vêm sendo desenvolvidas nesta ilha, ou por pesquisadores e pesquisadoras com quem mantemos estreita parceria. A palavra desterro tem o sentido de deportação, de exílio, de ser afastado da própria terra, de ser banido; e é desse lugar, de certo deslocamento, ou de estranhamento, que podemos compreender as pesquisas aqui apresentadas.O livro Pedagogias do desterro. Práticas de pesquisa em artes cênicas está dividido em cinco partes, cada qual com textos organizados por professores e professoras da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC): Teatro em contextos comunitários, por Marcia Pompeo Nogueira; Leitura e teatralidade: olhares para a escola, por Heloise Baurich Vidor; Práticas de movimento e imediação, por Bianca Scliar Cabral; A arte do espectador, por Flávio Desgranges; e Em celas e salas: práticas teatrais em presídios e em escolas, por Vicente Concilio.