Os textos que compõem este livro se organizam a partir dos conceitos que foram construídos ao longo da espiral de minha vida no àiyé, na interconexão existencial entre percepção e observação na arte da escrita sob à cosmosensação matricentrada, compartilhada de forma circular na troca que transforma o individual em coletivo, através do espelho social cujo protótipo se estabelece no olhar da mãe que faz com que o bebê olhe sempre para o alto na busca da realização divina da completude, mas que também nos faz vulneráveis diante da realidade social, subjugada ao poder do falso olhar da interpretação equivocada daquilo que representa a matéria dissociada do espírito, ou seja, a emoção dissociada da razão.O texto representa minha própria circularidade nos lugares por onde tenho transitado e me constituído como alguém com alteridade na luta radicalmente amorosa, ofertando o melhor cardápio que aprendi na troca de saberes e experiências. Muitas pessoas irão reconhecer trechos já ouvidos nas vezes que fiz dele minha fala e o meu fazer político de denúncia e anúncio no exercício da arma mais poderosa que disponho: o rigor do princípio civilizatório da oralidade, legado das minhas ancestrais.