Cerebral e retraído, Fernando Pessoa concebeu o projeto de se ocultar na criação literária, fingindo indivíduos independentes dele - os heterônimos.Pessoa é o poeta dos heterônimos; o poeta que se desmultiplica ou despersonaliza na figura de inúmeros heterônimos e semi-heterônimos.Álvaro de Campos - um dos seus mais célebres heterônimos - nasceu em 1890, em Tavira (Portugal), e é engenheiro de profissão.