"Mas contemplemos a paisagem, que é contemplar ainda a alma na sua escura e brumosa manhã de terra... Como é impressionante o encontro dos nossos olhos com a paisagem! Este arrebatamento que nos causa a aparência do mundo é um instinto de cósmica fraternidade exaltado. É remotíssima lembrança, que se ilumina em nosso ser e se lhe substitui por um momento: a lembrança da sua origem. Diante das nuvens, das montanhas, das árvores, somos, de algum modo, nuvem, árvore e montanha. É um regresso ao Berço, ao Éden..." Teixeira de Pascoaes, A Beira (num relâmpago), 1916.