O governo Brizola foi pioneiro na associação entre política de segurança publica e reconhecimento do imperativo dos direitos humanos. Em outros termos, ali tivemos nossa primeira tentativa de definir tal política nos marcos estritos do estado de direito. Cristiane Buarque de Hollanda, com notável acuidade, revela as formas dessa reinvenção democrática do tema da segurança publica, indicando ainda alguns de seus limites e dificuldades. Seu talento analítico tem o quê das artes do historiador, disto resultando reconstituições vividas da política do Rio de Janeiro no inicio dos anos oitenta. Em termos teóricos, seu trabalho resulta de uma preocupação com a questão dos direitos humanos, atenta-nos tanto a seu aspecto filosófico e normativo comoa suas formas de decantação pratica no mundo da vida. A sensação que retiramos do texto é a de que ali, no inicio da década de 80, no Rio de Janeiro, uma importante inovação cultural e institucional foi ensaiada. Do prefácio de Renato Lessa