"Ananda, você tem um câncer retal num nível muito avançado, que precisa urgentemente ser tratado". Foi com essa frase - no início de 2021, aos 23 anos de idade, depois de ter passado quase três anos realizando tratamentos meramente sintomáticos para desconfortos na região anal - que eu levei o maior baque da minha vida. Para sobreviver, precisaria me submeter a um longo e doloroso (em todos os sentidos) tratamento, para o qual a minha disciplina e resiliência seriam testadas a limites extremos. Não foi fácil: fiz coleta de óvulos, radioterapia e quimioterapia; entrei na menopausa; surgiu um segundo tumor; semanas e semanas de hospital; o namorado ficou pelo caminho; alguns desequilíbrios emocionais e surtos de estresse etc. Mas também descobri em mim forças que não imaginava possuir, redescobri a minha autoestima, e não tenho dúvida de que saí dessa odisseia mais madura, mais empática e mais otimista diante da vida - carregando as minhas "marcas da guerra" (cicatrizes), é verdade, mas com muito orgulho! Ananda Paixão ?