Trazer para o debate atual "Questões atuais em torno da Eucaristia" é importante e desafiador. O culto à Eucaristia pode ser vivenciado pelo ver (adoração, contemplação, tocar o ostensório, etc) ou pelo comungar. Boa parte dos católicos, assim parece, dá mais "importância ao adorar que ao comungar, ao sacrário que ao altar, à devoção pessoal do que à celebração comunitária. A Igreja anima e incentiva a estarmos diante do Cristo presente na Eucaristia em atitude de adoração e contemplação" (ManeNobiscum Domine, n. 18, p. 20), no entanto, como afirma o próprio autor da obra, "A Eucaristia é, essencialmente, tomar e comer". A Eucaristia implica-nos uns com os outros. Pela comunhão eucarística o cristão se torna o Corpo eclesial do Senhor. O autor desta obra nos recorda que a Eucaristia é ordenada, em primeiro lugar, à sua celebração, e não à adoração ou contemplação. É óbvio que, em primeiro lugar, é preciso encontrar o equilíbrio entre a adoração e a refeição, porque ambas devem levar ao mesmo objetivo, ou seja, a comunhão com o Senhor. A profundidade e a beleza desta obra estão no resgate da Eucaristia como banquete: "tomai e comei, isto é o meu corpo .... tomai e bebei, isto é o meu sangue" (Lc 22,19), sem desmerecer o valor da adoração e contemplação. Aconselho que esta obra seja lida e refletida nos cursos de teologia, na formação de catequistas, lideranças eclesiais e todo o povo de Deus. Resgatar o verdadeiro sentido da Eucaristia é compreender a vontade do Senhor quando disse: "a minha carne é verdadeira comida, e meu sangue é verdadeira bebida" (Jo 6,55).