Embora não desconheçamos que o racismo está incorporado nas concepções e práticas de indivíduos específicos, neste livro nos colocamos em uma perspectiva que entende o racismo como um fato histórico-estrutural. Em vez de ser produto de indivíduos com preconceitos racistas ou práticas discriminatórias, o racismo deve ser entendido como uma dimensão estrutural das formações sociais racializadas. Com este livro analisamos, através de abordagens específicas, as relações entre o Estado e os afrodescendentes e a forma como estes são mediados pelo racismo estrutural. Revisitamos momentos históricos em países do Caribe, como Haiti e República Dominicana, assim como na América do Sul, como Brasil e Colômbia, para analisar em sua densidade histórica as representações produzidas sobre os africanos e seus descendentes, os discursos de inclusão/exclusão nas narrativas nacionais, os mecanismos de controle e articulação política das pessoas de ascendência africana às propostas políticas localizadas, e a forma como as marcas raciais têm funcionado em alguns contextos no Caribe e na América do Sul.