Celebrar Tania Conceição Clemente de Souza é reconhecer uma vida inteira dedicada ao pensamento, à escuta e à invenção teórica. Sua trajetória é um testemunho de compromisso com a linguagem, entendida como instrumento e como espaço de produção de sentidos, de encontros e de resistências. Graduada em Letras: Português-Russo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1971), com Mestrado em Linguística pela UFRJ (1979), com Doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (1994) ecom Pós-Doutorado pela Universidade Paris 7 (1996), Tania consolidou uma carreira exemplar no ensino, na pesquisa e na formação de gerações de linguistas e de analistas do discurso. Desde 1981, atua como pesquisadora no Departamento de Antropologia do Museu Nacional, onde desenvolve pesquisas pioneiras sobre línguas indígenas, sobre análise do discurso, sobre história das ideias linguísticas e sobre análise do não verbal. Pesquisadora do CNPq, foi professora adjunta da Universidade Federal Fluminense e da Universidade Federal de Juiz de Fora, deixando em cada instituição o rastro de uma docência generosa e desafiadora intelectualmente. Líder de inúmeros projetos de pesquisa apoiados pelo CNPq e pela Faperj, Tania coordena o Laboratório de Estudos do Discurso, Imagem e Som (Labedis), vinculado ao Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. É fundadora e editora da Revista Policromias -Estudos do Discurso, Imagem e Som, periódico que se tornou referência nacionale internacional ao reunir textosde pesquisadores consagrados e de jovens estudiososem torno da relação entre discurso, memória e sensibilidade. Sua produção e sua atuação ultrapassam fronteiras, integrando projetos de cooperação com instituições estrangeiras, como o LACITO/CNRS (França), por meio do projeto "Langue chantée, discours et mémoire", e o "Fundo Documental Curt Nimuendajú", com apoio da Faperj. Com a Bolsa Cientista do Nosso Estado, desenvolve o projeto "Sustentabilidade e salvaguarda de patrimônio imaterial: por uma política de preservação das línguas dos povos originários do Brasil", reafirmando sua profunda responsabilidade ética com as vozes e com memórias dos povos indígenas.