A máxima de Karl Marx de que os filósofos interpretam o mundo de maneiras diferentes, mas a questão é transformá-lo, está presente nessa obra. A iniciativa de Aldo Arantes de reunir pensadores e iluminar caminhos para mudanças no Brasil interage comessa premissa. O livro enfeixa ideias com o poder de mostrar ao leitor horizontes de superação dessa fase obscurantista da história brasileira, uma fixação fanática contra os ideais da civilização.É uma resposta vigorosa à atmosfera de fobia às ideias progressistas, fomentada cotidianamente por um governo antagônico aos princípios democráticos, agindo como o elemento principal da destruição de valores constituídos ao longo da história como alicerce do progresso social. Ergue barreiras para conter a avalanche de retrocessos históricos, lançando luzes sobre realidades manipuladas pela ideologia da extrema direita.A obra reúne inteligências que estão entre as mais refletidas, registrando ideias condizentes com a exigência da atualidade, distante de veleidades diletantes e livrescas. Conceitos da civilização percorrem os textos, instando reflexões à base do raciocínio de Baruch Espinoza - escrupulosamente, não rir, não chorar, nem detestar as ações humanas, mas entendê-las.Esse conjunto de formulações dá ao leitor uma proposta de ações balizadas pelo acúmulo teórico traduzido em luzes na forma de palavras. A leitura reflexiva é um poderoso instrumento para suplantar óbices à compreensão científica e ao combate à carga irracionalde ódio da extrema direita. Esse é um importante ponto de partida.Galileu Galileu, desafiado em seu pendor científico e acossado pelos aristotélicos das universidades, respondeu que, para eles, filosofar não era outra coisa senão folhear os textosde Aristóteles, onde seriam encontradas todas as soluções para todos os problemas, Da mesma forma, o revolucionário francês Saint-Just, que ficou conhecido pela publicação do livro O espírito da Revolução e da Constituição da França, dizia: "Talveznos leve a força das coisas a resultados que não imaginávamos. "Trocando em miúdos, o que Galileu e Saint-Just disseram é que para compreender a realidade é preciso pensar a realidade. No fogo da luta política, é compreensível a tendência à anulação de nuances e a simplificações de complexidades. Só a luta de ideias e o esforço teórico podem responder a essa demanda. Em resumo, por tudo esse livro precisa ser lido. Por sua originalidade, pela consistência dos seus artigos, porque preenche uma