"O desenho de Rodolfo Mesquita é o trabalho que mais me emociona de toda produção gráfica jovem no Brasil", disse o pintor João Câmara nos anos 70, época em que o artista plástico por ele referido começava não apenas a expor seus trabalhos, mas também a publicá-los em alguns dos jornais e revistas mais inconformistas do País, tanto no campo artístico como no político, a exemplo de O Pasquim, Movimento e Rolling Stones. E também em veículos não pertencentes à esfera alternativa, como a IstoÉ. Foiainda nessa década que o artista foi apresentado pelo pintor e marchand Giuseppe Baccaro (durante certo tempo representante de Rodolfo no circuito cultural brasileiro) a Pietro Maria Bardi, fundador, junto com Assis Chateaubriand, do Museu de Arte deSão Paulo, do qual foi também diretor por 45 anos. O entusiasmo de Bardi pela obra do pernambucano resultou em uma exposição individual no Masp, em 1976. Neste mesmo ano, participa do Salão Arte Agora, no Rio de Janeiro, conquistando prêmio de viagem à França, onde passa a viver e trabalhar. Um dos jornais que publicaram trabalhos seus foi o Libération. "Esse cotidiano, as coisas que eu vejo, eu não aceito. Eu não aguento isto. É isso que eu procuro colocar no meu trabalho. Eu canalizo minha revolta para o meu trabalho. O que eu vou fazer, brigar com punhal, dar tiro em todo o mundo? Então eu desenho e pinto. Se eu não fizer isto, eu vou ficar muito mal comigo mesmo", disse certa vez Rodolfo, que, de acordo com amigos e admiradores, não setornou um artista famoso por ser muito coerente e "avesso a badalações".