Este livro apresenta como a temática da imigração foi analisada pelos cânones da ciências sociais brasileiras, num momento em que a disciplina dava seus primeiros passos na institucionalização do campo. Graças a uma análise exaustiva da produção imigrantista de alguns clássicos, o livro contextualiza a autoimagem de um país aberto a migração, generoso e de braços abertos a todos. Iniciando por Gilberto Freyre e a transnacionalidade da civilização luso-brasileira, o livro resgata o lugar dos textos sobre sírios e libaneses na cidade de São Paulo na carreira e obra de Florestan, a importância do famoso Projeto UNESCO sobre relações raciais no sul do Brasil tanto na descoberta de Octávio Ianni sobre o preconceito contra descendentes de imigrantes poloneses em Curitiba quanto nas teses apresentadas em "Cor e Mobilidade Social em Florianópolis", escrito por Fernando Henrique e Ianni. A análise segue resgatando a obra de Ruth Cardoso sobre jovens descendentes japoneses e a obra intimamente imigrantista de José de Souza Martins e de Hiroshi Saito. Ao final, o leitor entende que o tema da imigração, ainda que não seja central, tem seu lugar na história e no florescimento das ciências sociais brasileiras.