Como se forma o olhar de um policial? E quando esse olhar encontra, todos os dias, o reflexo da cor da própria pele?Vestindo a farda e um paradoxo: e aí, policial, racismo existe? parte de uma pergunta simples, mas incômoda: o racismo influencia a forma como o policial militar percebe o mundo, age nas ruas e enxerga a si mesmo? Valendo-se de uma entrevista em grupo, com conversas francas, entre oficiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro, a obra mergulha nas experiências (vivenciadas e relatadas), nos dilemas e silêncios que atravessam a rotina daquele que veste a farda. Não se busca apontar culpados. Este livro escuta. Escuta aquele acusado de ser um genocida; o desconforto de quem reprime um semelhante; o conflito interno de quem executa uma política muitas vezes direcionada contra os seus; as contradições da formação do olhar do policial, moldada por uma longa herança histórica que raramente é discutida nos quartéis.Fica aqui o convite para que policiais, estudiosos e demais leitores reflitam sobre um tema urgente: como o racismo, muitas vezes invisível, habita nossas instituições - e nossas atitudes -, mesmo quando não percebemos.Talvez, ao ler estas páginas, você descubra uma polícia militar heterogênea. Descubra umpolicial militar e seus inúmeros paradoxos. Descubra o seu semelhante que, vestindo uma farda, mudou de identidade. Talvez você descubra algo novo até mesmo sobre você. "Uma leitura impactante e necessária, que nos faz enxergar o racismo por um prisma pouco explorado, o policial. Traz novas perspectivas para que o agente passe a não perpetuar atitudes que o ordenamento jurídico, sociedade e as políticas públicas os fizeram entender como 'normais'."Caroline, especialista em Ciências Jurídicas e Capitã da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. "Essa é uma obra permeada de reflexão e movimentos que nos flexionam a repensar a profissão policial militar."Rodrigo, especialista em Filosofia das Sociedades e Sargento da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. "Provocador e urgente. Um livro que incomoda porque revela o que muitos preferem não ver. Não oferece consolo, mas provoca um necessário exercício de consciência".Eneas, Doutorando em Direito pela FND/UFRJ e Sargento da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.