"Do vencedor dos prêmios Jabuti, São Paulo de Literatura e Portugal Telecom.Uma reflexão terna e audaciosasobre um pai e um filho.Relato de dupla formação, Visita ao pai é uma investigação franca do passado familiar, da política do país - e dos afetos que nos constituem. João Batista Tezza, pouco letrado, começou a fazer anotações num caderno de capa dura em fevereiro de 1931, quando entrou no exército como soldado em Florianópolis, aos vinte anos. E manteve o hábito até a semana em que morreu, precocemente, já professor e advogado, em julho de 1959, em decorrência de um acidente de lambreta.O escritor Cristovão Tezza sempre soube da existência dos cadernos de seu pai, mas nunca havia se interessado por eles até que, em 2021, durante a pandemia, o autor decidiu lê-los. Naquela espécie de buraco negro da memória familiar onde havia caído, Cristovão notou que o pai transcrevia obsessiva e sistematicamente cartas, telegramas, bilhetes, o conteúdo de documentos como certidões e atestados, dedicatórias de livros e fotografias, e basicamente tudo o que lhe acontecia.Entremeando narrativa factual a reflexões sobre a formação do pai e sua própria trajetória, e colocando em cena dois momentos cruciais da vida social brasileira (um dominado pelo governo de Getúlio Vargas, o outro sob a ditadura militar), Visita ao pai é uma das experiências mais surpreendentes da nova literatura do país. Uma obra formalmente ousada de um dos mais importantes e premiados autores em atividade."