Durante a pandemia, a casa não se tornou apenas um refúgio contra o contágio pelo coronavírus, mas um laboratório para novas tecnologias financeiras e novos regimes de trabalho e convívio social. Os esforços do movimento de mulheres para desconfinaro lar, visto como campo privilegiado do trabalho não remunerado e de uma série de opressões sexuais e de gênero, se chocaram então com um processo que se intensifica ininterruptamente por meio de home office, apps, fintech, precarização e endividamento massivo. Mas o feminismo popular latino-americano pode oferecer alternativas à economia do cansaço e à financeirização da vida, propondo uma reapropriação do tempo necessário para que criemos condições para um processo político capaz de nos devolver a capacidade de imaginar o futuro.