Nós, brancos, fomos ensinados ao longo dos séculos a sermos o centro, o padrão, o normal.Este entendimento desloca automaticamente o negro para o lado diametralmente oposto: o racializado, o diferente, o inferior.Eu, mulher branca, cresci me entendendo uma pessoa "boa" e livre de preconceitos e comportamentos racistas, até que fui definitivamente acordada para minha própria pele com a chegada do meu filho pela adoção, um menino negro.O processo de letramento racial que decidi trilhar desdeque me dei conta do que significava ser branca teve um início, mas certamente nunca terá um fim.E foi pensando em mais pessoas brancas que buscam compreender o papel que desempenham num mundo dividido pela cor da pele que decidi trazer para o papel parte do que vivi e tenho experienciado, com referências a leituras, vídeos e podcasts.Longe de esgotar o tema, e assim como em meus livros anteriores, tratando a temática com a leveza de uma conversa entre amigos, o presente livro é um chamado ao despertar para questões que muitas vezes deixamos passar por não estarmos dispostos a sair do lugar de conforto no qual fomos colocados.Que todos possamos, juntos, tomar consciência do lugar que ocupamos e do papel que desempenhamos para, depois,mudarmos as engrenagens buscando um mundo realmente igualitário.