Muitas pessoas podres e ignorantes, que não saberiam como localizar o Nordeste do Brasil em um mapa, já tinham tido a oportunidade de ver o famoso pôster da cafod, onde se mostrava a imagem de Dom Helder Camara com os dizeres: "Quando dou comida aospobres, chamam-me de santo, Quando pergunto por que eles são podres, chamam-me de comunista". Essas palavras vindas de lábios de um santo homem de batina resumiam, naquele tempo, a experiência dos cristãos progressistas da África do Sul. Éramos chamados de comunista porque fazíamos resistência a um governo de minoria branca, dito "cristão". Pior ainda, porque, como Dom Helder, queríamos saber por que os pobres e por que as pessoas negras não tinham os mesmos direitos.