Por trás do fracasso israelense de 7 de outubro, está uma combinação de arrogância hi-tech, calcada na crença de que o aparato de vigilância é impenetrável, com uma cegueira fatal das agências de inteligência diante dos claros sinais de que o Hamas preparava um ataque em grande escala. O fato de Tel Aviv ter sitiado Gaza com um conjunto de cercas, drones e aparelhos de escuta sempre se amparou na ideia delirante de que, cedo ou tarde, os palestinos se conformariam com seu próprio aprisionamento.[.] Nada disso impede Israel de testar novos armamentos durante sua campanha de terra-arrasada contra Gaza depois do 7 de outubro. As ferramentas de guerra foram orgulhosamente exibidas nas redes sociais, tanto para o público doméstico quanto internacional - e, claro, a potenciais compradores globais. Israel usou armas guiadas por inteligência artificial para atingir alvos não militares com uma ferocidade nunca antes vista. É uma "fábrica de assassinato em massa", como definiu um oficial da inteligência israelense. Esse é o modus operandi do Laboratório Palestina. [.] A Elbit, principal empresa de defesa do país, já anunciou um "considerável aumento da demanda". Feiras globais de armamentos em Singapura e Paris estiveram abarrotadas de israelenses promovendo armas, drones assassinos e aparatos tecnológicos de vigilância já "testados em batalha" na Faixa de Gaza. Sem dúvida, os instrumentos de morte utilizados tão impiedosamente em Gaza logo figurarão em outras zonas de conflito.