Nas palavras de Silvia Federici, o "ponto zero" é tanto um lugar de perda completa quanto de possibilidades, pois só quando todas posses e ilusões foram perdidas é que somos levados a encontrar, inventar, lutar por novas formas de vida e reprodução.Neste livro, a autora de Calibã e a bruxa reconstrói os caminhos do feminismo anticapitalista e anticolonialista - e sua própria trajetória como intelectual engajada -, desde os primeiros anos das mobilizações por salários para o trabalho doméstico,nadécada de 1970, até a batalha pelos "comuns", reabilitada pelos movimentos sociais na virada do século. Como fio condutor destes quarenta anos de militância, surge a constatação, reiterada em diferentes momentos da história, do quanto o capitalismonecessita do trabalho não remunerado das mulheres para acumular valor e continuar existindo - à custa da natureza e das comunidades.