Quais encontros temos promovido em conversas sobre currículo com as infâncias, alfabetização e formação? No coletivo de textos que compõem este livro, em diálogos com estudos fundamentados na perspectiva discursiva e pós-estrutural, o ponto de encontro está nas fronteiras. Sem binarismos, a convergência das pesquisas se dá justamente no olhar do lugar da diferença nas políticas curriculares (com e para as infâncias) e na formação docente. O leitor é levado a começar uma conversa (sem fim, e não necessariamente ali iniciada), permeada por deleites de riquezas literárias, para a problematização de significações de justiça, equidade e qualidade atreladas à ideia de "um modo" e "um tempo de aprender" nos programas e políticas de alfabetização. O livro é um convite aos que anseiam por um encontro com palavras "desacostumadas" pelos percursos tecidos no encontro com a diferença, que visibiliza o outro e questiona evidências de homogeneização e previsibilidade diante de incalculáveis possibilidades de ser, estar, e constituir-se nas relações e práticas educacionais, distanciando-se de perspectivas colonizadoras. Cumpre-se no livro a "função política de questionar e fazer emergir diferentes possibilidades de significação de forma a garantir um debate acadêmico plural", sem (des)legitimar uma ou outra prática. Mantem-se aberto em cada texto o fluxo de significações no encontro fronteiriço e produtivo que constitui as políticas curriculares. Cristiane Gomes de Oliveira Doutora em Educação pelo PROPED/UERJ. Técnica em Assuntos Educacionais do Colégio Pedro II, atua como chefe do Setor da Educação Infantil na Diretoria de Ensino Fundamental e Educação Infantil da Pró-Reitoria de Ensino (Defei/Proen).