Ambientada em Rio Grande, a narrativa de tom memorialístico retrata a formação de uma família negra e suas relações ao longo dos anos, expondo silêncios, contradições, rupturas e libertações. Esse mergulho na memória familiar se articula a um radical exercício de experimentação formal característica da obra do autor. Eis aqui um romance que não se furta a utilizar-se de linguagens variadas e de códigos diversos para atingir o leitor com sua poderosa mensagem política. Este é um livro onde as velhas fronteiras entre ficção e realidade são propositalmente pulverizadas por um autor determinado a enfrentar e combater fórmulas emboloradas. Com sua inquietude e disposição para explorar caminhos novos, Luiz Mauricio Azevedo muda novamente o diapasão de sua literatura. Seus personagens se expressam através de suas falas, mas também de seus silêncios, que sinalizam para uma audaciosa renovação estética. Trata-se de uma radical experiência pós-moderna sobre tudo aquilo que queremos que suma no imenso mar de nós mesmos. "Ao ousar na forma, Luiz Mauricio expõe uma dinâmica comum nas relações atravessadas pelo patriarcado e nos presenteia com um belo livro..."Djamila Ribeiro"Verdadeiro exemplo de como deve comportar-se o escritor profissional perante a palavra. Não há excesso, não há faltas. Há, sim, ''''le mot juste''''."Luiz Antonio de Assis Brasil"A morte do pai branco oferece uma representação simbólica e mordaz que atesta o alto nível que a consciência negra atingiu. Trata-se da rejeição à história branca, construída, legitimada e recontada por gerações e gerações de homens igualmente brancos."David Brookshaw"Forte, cheia de sentido político e de linguagens ousadas."Manuela d´Ávila