Apesar do aumento significativo do volume e qualidade das pesquisas produzidas no campo da história social do trabalho, com registros de maior abertura no que toca a temas, abordagens e enfoques, temse que, especialmente quanto ao período do Estado Novo (19371945), não deram conta de explicar por completo o papel desempenhado por advogados e trabalhadores na então novel Justiça do Trabalho. Por essa razão, a presente obra se dedica a analisar a história relativa a esses sujeitos, advogados e trabalhadores de Santa Maria (RS), sua forma de atuação, limites e possibilidades, ao longo desse período de dominação política e cultural em que, marcado por um forte discurso de doação e proteção dos direitos trabalhistas, o Estado buscava o "controle" da classe trabalhadora. Debruçandose em fontes primárias consistentes em processos trabalhistas históricos atualmente lotados no acervo do Memorial da Justiça do Trabalho de Santa Maria (RS), para além de ter sido possível traçar um perfil dos reclamantes, tipos de demandas e discussões mais corriqueiras havidas, foi possível identificar, também, os profissionais da advocacia que mais comumente defendiam empregados e empregadores do município. Profissionais esses que, conforme indicado nas conclusões alcançadas, encontravamse no epicentro das primeiras discussões a respeito do (des)cumprimento e (in)efetividade da recémgestada legislação social da época, fato que os transformou em sujeitos tão importantes quanto os próprios empregados, empregadores e Juízes, dado seu papel e auxílio interpretativo da legislação social da época.