Durante a maior parte do século XX o ensino da língua espanhola esteve praticamente ausente de nossas escolas e, em consequência, apagado da memória de muitos especialistas da área, sejam eles professores, pesquisadores ou tradutores, por exemplo. E não é de se estranhar, pois se temos pouca história, parece normal termos também pouca lembrança dela.Entretanto, as últimas três décadas parecem ter despertado - ao menos parcialmente - em muitos dos que atuamos nesses campos a importância de manter viva e presente a trajetória do ensino de espanhol no Brasil, levando-nos a ressaltar uma visão crítica e científica do que já se realizou, dos problemas enfrentados, das dificuldades superadas, dos êxitos alcançados, dos insucessos obtidos e, sobretudo, da experiência adquirida (positiva e negativa) com o propósito tanto de aprendermos do passado para melhor entendermos o momento presente, quanto para podermos projetar um futuro mais promissor.Nesse sentido, vimos surgir uma atitude favorável e um ambiente bastante propício para a realização de pesquisas de maior ou menor fôlego nas áreas de história do ensino de línguas, de políticas linguísticas e de formação de professores, entre outras, de tal forma que muitos trabalhos já são considerados referência no país por estudiosos consagrados.