Um livro sobre a experiência, as dores, as contradições e a beleza de ser pardo no BrasilSer pardo no Brasil é habitar um limbo: não ser claro o suficiente para escapar do racismo, nem escuro o bastante para que esse racismo seja reconhecido e acolhido por uma comunidade negra. Em Parditude, Beatriz Bueno mergulha nessa experiência ambígua, revelando as dores, as contradições e a beleza de existir na encruzilhada racial brasileira.Partindo de uma reflexão íntima de sua trajetória pessoal realizada a partir da pesquisa acadêmica, a autora desvenda a complexidade de ser mestiça em um país que, contemporaneamente, se recusa a enxergar além do preto e do branco. Com sensibilidade e rigor, ela expõe as pressões sociais: a infância marcada pelo desejo de embranquecer para ser aceita e amada, na busca pelo padrão hegemônico inalcançável; a adolescência, pelo anseio de pertencer plenamente às comunidades e aos movimentos negros, também não realizado; por fim, a jornada de aceitação como parda mestiça e a criação de umacomunidade própria.Estas páginas desafiam os discursos que apagam a miscigenação. Ao resgatar histórias ancestrais e confrontar estatísticas, mostram como a identidade parda é constantemente negada - seja pelo racismo, seja por quem reduz a discussão racial a uma dicotomia.Com uma escrita potente e necessária, este livro é um convite à reconciliação. Um chamado para que pardos deixem de carregar a culpa por existir e passem a amar, enfim, a riqueza de suas raízes múltiplas. Para que as próximas gerações não precisem mais perguntar qual é seu lugar.