Sinopse: As palavras atravessam oceanos. As histórias, quando verdadeiras, não pedem passaporte, apenas escuta. Esta iniciativa nasce do desejo de abrir portas, janelas e cortinas para que a dramaturgia ultrapasse fronteiras geográficas e simbólicas. Em 2025, esse movimento se volta para o universo francófono, com uma edição especial do Projeto de Internacionalização de Dramaturgias, em comemoração à Temporada França-Brasil 2025, dedicada à dramaturgia francófona, como quem decide olhar mais fundo e mais longe, para além dos centros hegemônicos de criação e difusão. Esta edição se torna ainda mais especial ao celebrar o apoio do Sesc e do Senac e, mais uma vez, a parceria da Embaixada da França no Brasil e do Institut Français. São alianças que fortalecem o percurso deste projeto, construído aos poucos, com uma antena voltada para o universo. Ao escolher a francofonia como eixo, expande-se o território da língua francesa para incluir suas margens férteis: vozes que ecoam da África, das diásporas, das ruas e das memórias coletivas. Dramaturgos como Penda Diouf falam em francês, mas é no corpo, na paisagem, no sangue e na resistência que se ouve o mundo. Sua obra não apenas amplia o repertório teatral contemporâneo, como o reinventa, o desloca e o inflama com urgência, beleza e ruptura. Nesta publicação, a francofonia é um espaço de diálogo intercultural e de celebração da diversidade cultural e linguística. É uma escuta afinada, que gera um saber sensível na curadoria do texto, na escolha do dramaturgo e na tessitura da tradução, assinada com precisão e afeto por Ana Laura S. Nascimento. A internacionalização, aqui, não é apenas uma circulação de textos: é o gesto de traduzir, de escutar com cuidado, de criar pontes entre artistas, contextos e sensibilidades, é permitir que o palco seja espaço de encontro entre diferentes modos de ver e viver o mundo. O Projeto de Internacionalização de Dramaturgias é uma travessia - leva o leitor ou o ouvinte a territórios outros, línguas internas, geografias afetivas, fraturas históricas, reconstruções poéticas. Mais do que importar dramaturgias, buscamos criar uma escuta ativa, uma correspondência entre mundos. A francofonia que nos interessa é diversa, inquieta, em movimento: carrega consigo os rastros do colonialismo, os gritos da descolonização, as dores da exclusão e a potência criativa da reexistência. Ao trazermos essas vozes para o Brasil, e ao propormos sua leit