A obra apresenta uma análise profunda do regime jurídico patrimonial que rege as relações familiares no Brasil, com especial atenção às dinâmicas do casamento e da união estável. O estudo ressalta a importância do patrimônio no contexto do Direito de Família, evidenciando como a família, ao longo da história, tem desempenhado papéis multifacetados, que evoluíram com a transformação da sociedade e a intervenção do Estado nas relações familiares. O texto discute, com clareza, por que é crucial abordar as questões patrimoniais, mesmo em um contexto em que a afetividade impera nas relações. Ao iniciar um relacionamento, muitas vezes os casais ignoram as implicações patrimoniais, levando a desafios que podem culminar em divórcios motivados por questões financeiras. Recente pesquisa do IBGE sobre o aumento dos divórcios sinaliza a necessidade de uma maior consciência sobre a gestão do patrimônio conjugal. A autora aborda, ainda, a flexibilidade nas relações afetivas contemporâneas, destacando a facilidade e a rapidez com que se pode desvincular um casamento desde a simplificação do divórcio em 2010. Contudo, essa dinamicidade não elimina os riscos associados às questões patrimoniais, que frequentemente se tornam motivos de desgastes e conflitos. Finalmente, a obra propõe que a definição clara das responsabilidades e dos bens no início da relação pode trazer segurança jurídica e prevenir conflitos futuros, orientando os casais a considerar seus interesses econômicos de forma transparente, sem deixar de lado a essência afetiva que fundamenta suas uniões. Este estudo é, portanto, uma peça fundamental para aqueles que desejam compreender a intersecção entre afetividade e patrimônio no contexto das novas dinâmicas familiares no Brasil